domingo, fevereiro 12, 2006

Será a Internet uma nova forma cultural?


Será que a Internet constitui, ela própria, uma nova forma cultural, ou apenas um novo espaço (ou território alternativo) que permite e potencia a expressão de novas formas culturais?
(A. Teixeira)


Respondendo à questão apresentada, penso que, "a Internet é uma nova fonte cultural que potencia novas formas culturais”, ao permitir o acesso a outras fontes de conhecimento e a novas formas de produção e de relacionamento com o saber.
A utilização da Internet oferece instrumentos úteis para a comunicação inter e intra-pessoal, para o processamento de informação, para o acesso a bases de dados e à informação distribuída nas redes electrónicas digitais e bibliotecas digitais do conhecimento e para o trabalho e aprendizagem colaborativa em rede. Permite ainda a integração na rede, de numerosos equipamentos do dia da dia, em casa, no local de trabalho, em locais públicos e de casa para o trabalho, assumindo assim, uma importância crescente e cada vez mais omnipresente no dia a dia de cada um de nós.
O próprio conceito de educação evoluiu e foi reequacionado à luz das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, ultrapassando as fronteiras do tempo e do espaço, para dar lugar a um processo de aprendizagem ao longo da vida, sustentada nos quatro pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser.

Para terminar esta reflexão, deixo uma definição de cultura da Internet, de David Porter:
§ “A cultura da Internet é um produto das condições peculiares dos conhecimentos virtuais que predominam online (…) “ (Slevin, p.101 e 102).
No entanto quero ainda acrescentar que “esses conhecimentos”, a que Porter se refere, só se poderão efectivamente transformar em cultura, se, e quando o “sujeito” para além de saber aceder à informação/ conhecimento disponível on-line, o souber seleccionar e tratar a informação, de forma a separar o útil do acessório apropriando-se dele, para transformar informação em conhecimento/ cultura.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Cultura Digital




“O homem é um animal suspenso em teias que ele próprio teceu.”
Max Weber


Este é um conceito recente, que tem sido alvo de um processo evolutivo, perspectivado de diferentes formas.
Para Gilbeto Gil[1] ( “cultura digital é um conceito novo que parte da ideia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologias digitais mudam os comportamentos, o uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à informação e ao conhecimento”.
David Porter considera que a cultura da Internet é “um produto das condições peculiares dos conhecimentos virtuais que predominam online (…) “ (James Slevin, :101 e 102)
Thompson refere que a cultura deve ser observada em três vertentes: a concepção clássica de cultura, a concepção antropológica descritiva da cultura e a concepção antropológica simbólica da cultura. No entanto, o conceito de cultura que ele prefere, mais do que uma alternativa à concepção simbólica, é uma modificação dela. O autor salienta que a Internet, como meio de comunicação e de informação de massas, permite a concentração em processos socialmente estruturados de produção, transmissão e recepção da informação, que esbatem a dicotomia produtor/ recebedor, havendo situações em que na verdade, existe entre ambos, grande interactividade.
Para Manuel Castells “a cultura da Internet é a cultura dos seus criadores.” ( 2004:55) Basta vermos a história da Internet desde o início até aos nossos dias, para percebermos, que foram, na verdade, os seus produtores, quem deu à Internet o corpo que hoje tem e a forma e cultura que lhe estão implícitas e subjacentes.
Para o autor, a “cultura da Internet caracteriza-se por ser uma estrutura em quatro estratos sobrepostos: a cultura tecnicomeritocrática, a cultura hacker, a cultura virtual e a cultura empreendedora”, (ibidem) contribuindo em conjunto para a ideologia de liberdade generalizada na Internet.
A cultura tecnomeritocrática acaba por se constituir como uma cultura hacker, por meio das normas, costumes e protocolos, generalizados nas redes de cooperação, em torno de projectos tecnológicos. A contribuição para o desenvolvimento de um projecto ou sistema tecnológico, propicia uma mais valia para esse projecto ou sistema. É uma cultura científica e tecnológica, por excelência, que actua com base na autonomia. Está assente na cultura académica. Nesta cultura “acredita-se no bem inerente ao desenvolvimento científico e tecnológico como componente-chave do progresso da humanidade”. (ibidem:58)
A cultura hacker desempenha um papel fundamental na construção da Internet. É o elo que permite a ligação entre os conhecimentos da cultura tecnicomeritocrática e os projectos empresarias que nascem e se difundem na Internet. A cultura hacker inclui, segundo Castells, citando Lévy (2001) “o conjunto de valores e crenças que surgiram das redes de programadores informáticos, interagindo on-line, em torno da sua colaboração nos projectos auto-definidos de programação criativa”. (ibidem: 61) Uma forma de compreendermos esses valores, reporta-se ao desenvolvimento do software de fonte aberta, e subsequente movimento de software livre, cada vez mais disseminado na Internet, em comunidades de trabalho em software de fonte aberta. “O hacker contribui para o desenvolvimento do software na rede à espera de reciprocidade” (Ibidem: 67). A cultura hacker, tem umas características muito peculiares em que o prestígio, a reputação e a consideração na comunidade hacker, uma comunidade global e virtual, estão relacionados com a relevância da oferta. Linus Torvalds, autor do linux, é a autoridade máxima. Para os hackers a liberdade é um valor fundamental, nomeadamente a liberdade de aceder e utilizar a tecnologia.
A cultura comunitária virtual é a dimensão social da cooperação tecnológica, fazendo da Internet um meio de interacção social, selectiva e de pertença simbólica. Esta cultura assumiu os valores tecnológicos da meritocracia, abraçou a crença dos hackers, nos valores da liberdade e da comunicação horizontal, utilizando a tecnologia com o seu potencial interactivo de comunicação assíncrona, síncrona e multi-síncrona, pondo de lado a apropriação da tecnologia pela tecnologia.
A cultura empreendedora funciona com base na cultura hacker e na cultura comunitária, para disseminar as práticas da Internet em todos os âmbitos da sociedade, com fins monetários. Os elementos desta cultura descobriram na Internet um novo planeta, em que podem controlar o mundo, fazendo uso do poder que está subjacente a esta tecnologia. Bill Gates, não sendo um produtor da Internet, em termos tecnológicos, é um bom exemplo da cultura empreendedora.
Para resumir, Castells, define a cultura da Internet como “uma cultura construída sobre a crença tecnológica no progresso humano, através da tecnologia, praticada por comunidades de hackers que prosperam num ambiente de criatividade tecnológica livre e aberta, assente em redes virtuais dedicadas a reinventar a sociedade (…)” (Ibidem:83

É justamente com esta ultima frase de Castells: “(…) em redes virtuais dedicadas a reinventar a sociedade (…) “ que vou concluir esta reflexão pessoal, sobre os textos fornecidos, que mais uma vez, me fizeram pensar em questões e oportunidades que a utilização da rede (Internet) suscita. Mudanças no relacionarmos com o outro, com o saber e com o trabalho, procurando criar ambientes apropriados à negociação de significados, à construção pessoal e social de conhecimento, ao ensino e aprendizagem significativa, ao trabalho colaborativo e à criação de comunidades de amigos ou conhecidos, que se reúnem com um objectivo em comum.
“O Outro constitui o nosso bem comum mundial mais precioso, porque é inesgotável e de uma riqueza infinita” (Quéau, 2000)

domingo, fevereiro 05, 2006

Pós-tipografia: Electrónica



Com o desenvolvimento da electrónica e das comunicações a expressão verbal aprofundou a espacialização da palavra e provocou a consciência de uma nova era: a da oralidade secundária.

Apesar de se dizer que com o aparecimento dos meios electrónicos, nomeadamente do computador, se preconiza o fim do livro, tal não é verdade.
Um media não substitui o outro!
Transforma-o, dando-lhe uma nova dimensão.
Segundo Walter Ong, a informação obtida e/ ou processada em computador, expande o produto tipográfico, aumenta a entrega da palavra e “optimiza a sequência analítica, ao torná-la virtualmete instantânea” .

A oralidade secundária é semelhante à primária e simultaneamente diferente.
Essas semelhanças e diferenças prendem-se essencialmente com o espírito de grupo, com a espontaneidade e com a oratória.
Tal como a oralidade primária, a secundária fomentou o sentimento de grupo. No entanto, nesta ultima, o grupo é muito mais alargado, dado que não há a necessidade de estar no mesmo espaço físico a ouvir a leitura de um livro, ou a assistir a um debate. O grupo deste tipo de oralidade é incomensuravelmente maior: aldeia global, preconizada por McLuhan.

Para além disso, nos povos da oralidade primária, a necessidade do grupo, era eminente, dadas as poucas alternativas que tinha. Aqui, segundo Ong, o espírito de grupo é um acto “autoconsciente” e “programático”.

Relativamente á espontaneidade o autor refere que ambas as fases promovem a espontaneidade. Na oralidade primária por ausência de espírito analítico e reflexão, enquanto que, na segunda, justamente pelo facto de usar a reflexão e o espírito analítico, se conclui que a espontaneidade é benéfica.

Outra das diferenças prende-se com a oratória. Actualmente o rádio e a televisão produzem oradores de um público mais vasto do que o público dos oradores do tempo da oralidade primária. Oradores muito menos cansados física e emocionalmente, dado que falam para um público” invisível, inaudível, ausente”, onde não há sequer opositores com um antagonismo aberto e hostil. Onde os candidatos se submetem à “psicologia dos media”.
“Não obstante a sua aparência civilizada de espontaneidade, essa media é totalmente dominada por um sentimento de fechamento que é herdeiro da impressão: uma exibição de hostilidade poderia romper o fechamento, o controle rigoroso.”

Baseado no livro de Walter Ong, Oralidade e Cultura Digital, V Capítulo

O Modelo na Relação do Ensino Com a Aprendizagem


As crescentes mudanças sociais, provocadas pelo desenvolvimento tecnológico, tornaram eminente a nossa entrada na Era da Informação e do Conhecimento. Sem precedente com períodos anteriores, este século encontra-se profundamente marcado pelo acelerado progresso tecnológico, que transformou de forma muito drástica os meios de comunicação. Dos meios de comunicação receptivos como livro, o rádio e a televisão, passou-se progressivamente para os meios interactivos oriundos das tecnologias da informação e comunicação, particularmente a Internet. Estas mudanças provocaram uma ruptura com os modelos de ensino/aprendizagem tradicionais, suscitando inquietude e reflexão, essencialmente na necessidade de novas metodologias adequadas aos desafios do momento histórico actual e emergente, na medida em que o avanço técnico provoca alterações profundas e estruturais.
Perante a existência de alunos com diferentes padrões culturais e com maior acesso aos suportes da multimédia, os educadores, deparam-se com novos desafios no processo de ensino/­aprendizagem. As metodologias convencionais, sobretudo as de transmissão conceptual e oral do conhecimento, ficam totalmente ultrapassadas, quando confrontados com as novas tecnologias da informação e da comunicação.
Os alunos são mais exigentes, fazendo com que o papel do professor e da escola sejam colocados posto em causa e tenham que ser repensados, face à luz do novo paradigma.
Debatem-se, analisam-se e confrontam-se teorias e metodologias de ensino e aprendizagem tradicionais, segundo determinadas perspectivas, não só como uma busca de novas teorias de acordo com o paradigma emergente, mas também como análise, visando aproveitá-las e adaptá-las ao novo paradigma.
São essas perspectivas que permitam a identificação e compreensão das linhas orientadoras que se tornam os alicerces do modelo de ensino/aprendizagem, assumindo-se como pressupostos, que abrangem quatro áreas de natureza distintas: filosófica, psicológica, sociológica e pedagógica.
Os pressupostos de natureza filosófica têm a ver com o “conceito de homem”. Assentam na racionalidade antropológica de “o que é ser Homem”, “o que é que nos faz ser homens”. Desenvolvem-se em 4 linhas de orientação:
· A matriz racionalista
· A reflexão existencialista e a matriz humanista
· Entre o estruturalismo e o pós-estruturalismo
· O pragmatismo na educação
A matriz racionalista de tradição iluminista, assenta no princípio da racionalidade universal e no princípio do direito à educação. Perspectivando este como um dever dos adultos, e do estado, de fazer dos jovens novos homens, de os trazer à cidadania, tornando-os cidadãos autónomos, isto é , capazes de tomar decisões e decidir autonomamente.
A reflexão existencialista e a matriz humanista tem por base princípio da educação como bildung (formação individualizada). Valoriza o conceito de autenticidade de autonomia bem e o livre arbítrio.
O estruturalismo está subjacente aos princípios organizativos da linguística estrutural de Saussure. Tem implícita uma matriz científica da linguagem, consubstanciada num sistema fechado de elementos e regras que explicam a produção e a comunicação social de significados, de sentido. Os pós estruturalistas não partilham na totalidade estas ideias. Valorizam a história, colocando a ênfase no perspectivismo no que concerne à interpretação dos fenómenos. Alimentam a reflexão critica sobre a tecnologia e valorizam a diferença como categoria filosófica
O pragmatismo na educação acolhe a falibilidade e pressupõe o carácter eminentemente social do eu. As “mentes” e os “eus” emergem socialmente por via do diálogo crítico e criativo no seio de uma comunidade. A aprendizagem deve possuir uma base biológica muito sólida, não constituindo a mente algo de separável da totalidade do corpo, dos seus sentimentos, dos seus desejos e dos seus interesses. A aprendizagem, a crença e o conhecimento constituem assim uma parte integrante da acção e do sentimento. O pluralismo. Para Peirce o conhecimento é uma construção social.
Os pressupostos psicológicos têm tido uma grande importância na definição e na sustentabilidade teórica da educação. Nascem da análise dos factores estruturais dos intervenientes no processo de aprendizagem ( ensinante e aprendente), procurando descodificar os processos de aprendizagem, de comunicação, de motivação e de interacção, inerentes ao ser humano. Aos pressupostos psicológicos estão subjacentes vários princípios base: a aprendizagem com os significados e perspectivas que cada um tem. Os conceitos onde estão inseridos os tipos de inteligência e a personalidade e motivação individuais.
À aprendizagem estão implícitas as teorias de aprendizagem por associação estímulo/ resposta, as teorias comportamentalistas de Thorndike e de Skinner. As teorias cognitivas que preconizam a reorganização das percepções. É o caso da psicologia clássica de Gestalt e teoria de Campo de Lewin. Do cognitivismo de Vygotsky, Piaget, Bruner.

Ao nível do conceito foram considerados vários tipos de inteligência. Gardner, autor da teoria, das inteligências múltiplas é o mais citado.
Ao nível da personalidade e motivação, considera-se que as diferenças na personalidade estão associadas a diferentes percursos no desenvolvimento intelectual e que o esenvolvimento da personalidade está dependente da capacidade em resolver as tensões criadas pela repressão dos adultos perante as energias do instinto. A motivação é um factor importantíssimo na aprendizagem. Contém aspectos ligados â escolha de objectos, à interpretação dos resultados e às metas a atingir.
Os pressupostos sociológicos configuram tipos e significados de representações que a sociedade vai construindo e (des)construindo a partir, do campo da filosofia, da psicologia, da sociedade, tecnologia, economia, etc. Novos problemas sociais encadeiam-se nos velhos, atingindo o âmago da relação entre o ensino e a aprendizagem. As linhas de orientação que marcam este pressuposto são a cultura e intercultura, na medida em que a escola é cada vez mais um espaço intercultural, onde se cruzam e coexistem diferentes percepções e diferentes jogos de linguagem. A dimensão social no sucesso escolar, uma vez que o sucesso escolar está correlacionado com a desigualdade social e com as assimetrias do capital cultural e tecnológico. A Escola como Instituição e a profissão Professor é uma das linhas de orientação importante deste pressuposto, na medida em que a escola é um espaço de conflitos, descrença e contestação. São defendidos modelos de educação opostos em que se dá prioridade a modelos de educação antagónicos e a valores contraditórios. Daí haver várias ideias de vários tipos de escola: a escola liberal de matriz racionalista;a escola para a democracia de reflexão existencialista e matriz humanista; a escola para a cidadania entre o estruturalismo e o pós estruturalismo e a escola vocacional cuja raiz está no pragmatismo na educação.
O estatuto do professor tem-se vindo a ressentir do ponto de vista socioeconómico e de exigências sobre o seu trabalho. São-lhe feitas exigências cada vez maiores do ponto de vista institucional, organizativo e didáctico.
Os pressupostos pedagógicos, analisando os mecanismos de construção de saberes, produção de conteúdos, de transmissão, apreensão e estruturação de espaços e tempos de ensino/aprendizagem, procuram estabelecer as linhas de força que determinam a acção educativa. Têm implícitas variáveis antecedentes que contêm toda a carga psico-social que os actores educativos trazem para o acto de ensino/ aprendizagem. As variáveis de contexto, reportam-se ao ambiente onde o processo de ensino/ aprendizagem se concretiza. As variáveis de processo encerram toda a relação professor/ aluno e as variáveis de conteúdo, têm subjacentes os conteúdos de aprendizagem.
Os aspectos abordados podem contribuir para uma prática de ensino mais fundamentada, na medida em que permitiram tomar contacto, mais uma vez com teorias e abordagens de ensino, que é sempre bom aprofundar e investigar. É certo que não há receitas e o que é bom para um aluno, pode ser péssimo para outro. No entanto isso não é desculpa para a inércia profissional.
Através da análise dos pressupostos citados no texto em estudo[1], podemos constatar que todos eles contribuem para melhor compreender o processo de ensino/aprendizagem. Contudo o conhecimento dos modelos pedagógicos não é tudo para a prática pedagógica. Até chegar aí, o professor ainda tem um longo caminho a percorrer e várias escolhas a fazer. A escolha do modelo tem a ver com vários factores, nomeadamente, a abordagem global que vai mais ao encontro das suas ideias individuais, as suas competências, contexto, conteúdos, etc.. No entanto, estou convicta de que não há bons nem maus modelos, de que não há “receitas”, mas sim que há uns que são mais adequados do que outros, atendendo a circunstâncias específicas. Para terminar esta análise e clarificar o meu ponto de vista deixo uma citação de Arends:
“A arte de ensinar é uma arte instrumental ou prática e não uma das belas-artes que tem como objectivo ultimo a criação da beleza. Enquanto arte instrumental, o ensino é algo que se afasta de receitas, fórmulas ou algoritmos. Requer improvisação, espontaneidade, o lidar com múltiplas possibilidades relativas à forma, ao estilo, à cadência, ao ritmo e à adequabilidade de modos tão complexos.” (Arends, 1995:1).
[1] Gaspar, M.I, Pereira A., Teixeira A. E Oliveira I, “O Modelo na Relação do Ensino com a Aprendizagem”, Universidade Aberta

Trabalhar em Grupo
















Após uma longa e profíqua reflexão (as panelas e o fogão são boas conselheiras), decidi vir para o PC e deixar a mente divagar, enquanto os dedos percorrem o teclado, procurando dar corpo ao meu pensamento.
O trabalho produzido?
Quando iniciei este trabalho parti do pressuposto de que nesta tarefa o mais importante era aprender a trabalhar em grupo, usar a dinâmica de trabalho de grupo, num meio e de uma forma desconhecida para a maior parte de nós: o ambiente on-line.
Encontrar formas e momentos de comunicação assíncrona e síncrona. Estabelecer estratégias, negociar critérios, formas e distribuição de trabalho.
Embora, na minha opinião, o nosso grupo tenha perdido demasiado tempo de início, não considero o facto nada anormal. Tratava-se de um grupo constituído por elementos que se não conheciam, a trabalhar apenas usando a Rede. Qual de nós não tem experiências de trabalho de grupo no terreno e não conhece as inibições e as restrições que esta dinâmica de trabalho oferece? Gerir o trabalho e negociar, nem sempre é fácil.
Neste ambiente (virtual) e no caso do nosso grupo, na minha opinião, até que nem foi nada difícil.
Na realidade e basicamente penso que para primeiro trabalho e primeira experiência, o grupo se organizou muito bem. Soube negociar. Foi muito participativo, colaborativo e coeso. Utilizando na maioria a comunicação assíncrona, através do fórum disponibilizado pela plataforma, gerimos o nosso trabalho com bastante eficácia.
O produto final foi francamente um trabalho colaborativo, onde cada um dos elementos do grupo reconhece o bocadinho em que contribuiu, ainda que possa estar complementado com mais um bocadinho que outro colega tenha acrescentado.
Na minha opinião, este trabalho é um exemplo do que é aprendizagem e trabalho colaborativo, a metodologia de trabalho do século XXI, onde “colaborar” é mais importante do que “laborar”.
Pela minha parte, este trabalho, foi vivido sem qualquer angustia, procurando tirar partido de mais uma experiência on-line. Foi muito agradável trabalhar com os meus colegas de grupo e reconhecer as capacidades de adaptação e colaboração que todos nós tivemos, perdoem-me a falta de modéstia.
Com grupos assim, em que todos os elementos estiveram atentos até ao ultimo minuto, procurando dar apoio ao porta voz, ver se faltava mais alguma coisa, fazer mais uma verificação antes do trabalho ser publicado… estar ali, pronto a ajudar, foi muito motivante e criou laços, que ficarão para o futuro.
A todos vocês que estiveram comigo neste grupo, o meu muito Obrigado, por mais esta experiência!
Este trabalho foi sem dúvida, uma mais valia e uma motivação para os que se seguem!
Do trabalho dos outros grupos constatei a mesma motivação e o mesmo empenho.Penso que em conjunto, todos nós contribuímos para uma boa selecção de sites indispensáveis para a consulta de um tutor on-line!
Cumprir o prazo, espantou-me por completo...
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